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Sobre rótulos e julgamentos

10/05/2011

(Música de Ruth Bebermeyer)

Nunca vi um homem preguiçoso;

já vi um homem que nunca corria

enquanto eu o observava, e já vi

um homem que às vezes dormia

entre o almoço e o jantar, e ficava

em casa em dia de chuva;

mas ele não era preguiçoso.

Antes que você me chame de louca,

pense: ele era preguiçoso ou

apenas fazia coisas que rotulamos de “preguiçosas”?

Nunca vi uma criança burra;

já vi criança que às vezes fazia

coisas que eu não compreendia,

ou as fazia de um jeito que eu não planejara;

já vi criança que não conhecia

as mesmas coisas que eu;

mas não era uma criança burra.

Antes de chamá-la de burra,

pense: era uma criança ou

apenas sabia coisas diferentes das que você sabia?

Procurei quanto pude,

mas nunca vi um cozinheiro.

Já vi alguém que combinava

ingredientes que depois comíamos,

umas pessoa que acendia o fogo

e cuidava do fogão que cozinhava a carne.

Vi todas essas coisas, mas não vi cozinheiro.

Diga-me o que vê:

você está vendo um cozinheiro ou alguém

fazendo coisas que chamamos de cozinhar?

O que alguns chamam de preguiçoso

outros chamam de cansado ou tranqüilo;

o que alguns de nós chamamos de burro

para outros é apenas um saber diferente.

Então cheguei à conclusão

de que evitaremos toda confusão

se não misturarmos o que podemos ver

com o que é nossa opinião.

E, por isso mesmo, também quero dizer

que sei que esta é apenas minha opinião.

(Do livro “Comunicação Não-Violenta: Técnicas para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais”. Marshall Rosenberg. Editora Ágora.)

One Comment leave one →
  1. 07/11/2011 8:51 AM

    Muito bom Sandra. Boa reflexão. Bjos

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