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Transtorno Obsessivo Compulsivo – TOC

10/04/2011

Este texto foi publicado na coluna mensal que escrevo para a revista Alternativa Nishi eAlternativa Higashi (revista brasileira no Japão).

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O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) já foi retratado em diversos filmes, como “O Aviador” (Aviator, com Leonardo DiCaprio) e “Melhor Impossível” (As Good as it Gets, com Jack Nickolson). O cinema costuma mostrar, de maneira mais cômica ou mais dramática, os rituais de limpeza, organização e medo de contaminação, comuns nos casos de TOC.

Esses rituais são as ‘compulsões’, que surgem como uma tentativa de neutralizar certos pensamentos, idéias, impulsos, imagens ou cenas incômodas que invadem a mente da pessoa, causando ansiedade e desconforto. Em muitos casos, essas idéias obsessivas estão ligadas a higiene, contaminação, transmissão de doenças, bactérias, vírus, organização. Idéias obscenas e libidinosas dirigidas a objetos de veneração e respeito (santos, mãe, crianças, filhos) também são comuns. São freqüentes também pensamentos sobre um eventual impulso suicida, ou impulsos de agressão e ferir pessoas, principalmente os filhos.

A pessoa reconhece que esses pensamentos ou imagens incômodas e absurdas são produtos de sua mente, mas não consegue evitá-los, sentindo culpa, ansiedade e medo. Em geral a pessoa com TOC sente uma responsabilidade excessiva pelas coisas, é bastante suscetível ao medo, busca exageradamente a perfeição e cobra muito de si mesma, querendo sempre ter controle.

Para tentar afastar e suprimir essas idéias ou imagens obsessivas, a pessoa com TOC começa a se auto impor certas regras (atos ou atitudes mentais) que devem ser seguidas rigidamente. Por exemplo, regras de que não pode usar certa cor de roupa, que deve lavar as mãos repetidamente, fazer verificações (torneira, porta, etc), rezar, contar até determinado número, repetir palavras ou frases. A pessoa percebe que essas atitudes são excessivas ou que não possuem uma ligação direta com aquilo que ela pretende evitar, mas apesar disso não consegue deixar de realizá-las.

Geralmente o indivíduo se sente constrangido em relatar o que está acontecendo com ele para outras pessoas, inclusive para os médicos, com medo de que pensem que ele é “louco” e, assim, demora para pedir ajuda e receber o tratamento adequado. Desta forma, os pensamentos obsessivos e os comportamentos compulsivos podem aumentar, consumindo cada vez mais tempo, causando sofrimento, interferindo na rotina normal da pessoa, nas atividades e relacionamentos sociais.

O tratamento que apresenta melhor resultado para os casos de TOC é a psicoterapia em conjunto com o uso de medicamentos.

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